Carros híbridos: o que são? Entenda a diferença entre eles -
dezembro 4, 2024

Carros híbridos: o que são? Entenda a diferença entre eles

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A oferta de carros híbridos no Brasil cresceu e diversificou desde a chegada do primeiro Mercedes-Benz S400 Hybrid em 2010. No início de 2024, a maioria das montadoras instaladas no país anunciaram a produção local de veículos eletrificados, deixando esses sistemas mais comuns na vida do brasileiro.

Porém nem todo carro híbrido é igual, existem diferentes formas de aliar o motor a combustão com os elétricos com o intuito de reduzir o consumo e as emissões. Alguns mais simples e com menos ganhos e outros são mais caros e complexos, dando o retorno em um custo menor por quilômetro rodado.

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O carros híbridos são chamados também de eletrificados. Esse termo vêm sendo adotado pela indústria pois a imagem dos híbridos no exterior, como nos EUA, é atrelada a carros pouco interessantes, enquanto os elétricos estão mais na moda.

Se você está interessado em gastar menos com combustível comprando um híbrido e tem receio de levar um pouco eficiente, esse guia irá auxiliar. Confira abaixo os tipos de carros eletrificados e como esses sistemas funcionam.

Híbrido leve (MHEV)

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Em alguns carros essa tecnologia é pouco efetiva, em outros, como no Stonic, há mais ganhos na economia (Foto: Kia | Divulgação)

Essa é a forma mais simples de eletrificar um carro. O híbrido leve utiliza um motor elétrico que substitui o de arranque e o alternado. Ele é responsável por ligar o propulsor e recarregar a bateria, além de dar um leve auxílio de potência — geralmente de 10 cv.

Alguns carros híbridos leve possuem frenagem regenerativa, para recarregar a bateria de 48 volts que fornece energia a esse motor. Esse sistema mantém a bateria de 12 volts tradicional para as funções vitais.

A vantagem do híbrido leve é ter um sistema start-stop mais efetivo e sem exigir uma bateria de 12 volts mais cara. Em situações urbanas ele consegue reduzir mais o consumo por essa função e por dar alguns cavalos extra para tracionar o veículo. Os ganhos ficam entre 0,4 e 1,7 km/l.

Alguns híbridos leve conseguem maior economia por tirar do motor a combustão a tarefa de tocar periféricos como o ar-condicionado. O Kia Stonic faz isso e possui a função “velejar”, que desliga o motor do carro em movimento quando apenas a energia cinética é necessária para mantê-lo em movimento.

Esse tipo de eletrificação pode ser aplicado a carros com câmbio manual, CVT, dupla embreagem ou automáticos tradicionais. A Fiat oferta na Europa o Panda e o 500 com sistema híbrido leve aliado ao motor 1.0 Firefly aspirado e câmbio manual, por exemplo.

Uma versão mais eficiente do híbrido leve é a que utiliza um segundo motor dentro do câmbio. A Mercedes-Benz faz isso no E300 e a Stellantis terá um similar em carros feitos no Brasil com a caixa de dupla embreagem que traz um motor integrado.

Nesse tipo de sistema o motor ligado ao motor e o motor na caixa de marchas fornecem mais força para tracionar e aliviar a barra do propulsor a combustão.

Carros híbridos leves vendidos no Brasil

  • Audi RS6 Avant;
  • BMW X7;
  • Caoa Chery Arrizo 6 Pro Hybrid;
  • Caoa Chery Tiggo 5X Pro Hybrid;
  • Caoa Chery Tiggo 7 Pro Hybrid;
  • Kia Stonic;
  • Kia Sportage;
  • Land Rover Range Rover;
  • Maserati Levante;
  • Maserati Ghibli;
  • Toda a linha Mercedes-Benz exceto CLA45 AMG, G63 AMG e elétricos;
  • Subaru Forester;
  • Subaru XV.

Híbrido paralelo

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Os dois motores trabalham onde são melhores, mas se a bateria acabar ele vira um carro a gasolina comum (Foto: Honda | Divulgação)

Esse tipo de eletrificação é a base para a maioria dos híbridos que conhecemos. O nome paralelo é dado pois tanto o motor a combustão quanto o elétrico podem tracionar o veículo.

Sua proposta é aproveitar onde cada tipo de propulsão é mais eficiente. Como não há uma dependência entre os motores, esse sistema permite que o carro se mova como um veículo a combustão caso não haja carga na bateria.

A Honda foi a marca que mais apostou nesse sistema no passado, com o sistema IMA. Ele usava um motor elétrico montado entre o câmbio e o volante do motor a combustão. A japonesa usou em veículos de 4 ou 6 cilindros, com caixa manual, CVT e automática.

Híbrido em série (EREV)

BMW vai aposentar o i3, seu primeiro carro elétrico vendido em massa
No i3 um motor estacionário atua apenas para dar carga na bateria (Foto: BMW | Divulgação)

Um motor a combustão interna é mais eficiente funcionando livre da função de tracionar o carro e em uma faixa ideal de rotação. No híbrido em série, ele atua como gerador de energia para recarregar as baterias, enquanto o elétrico traciona.

Esses sistema possui duas vantagens sobre o 100% elétrico: é mais leve, por usar uma bateria menor, e não fica dependente da rede de postos de recarga. Uma parada no posto de gasolina já resolve.

Atualmente não são oferecidos carros com esses sistema. A BMW vendia o i3 REX, que era um híbrido em série com motor bicilíndrico de motocicleta atuando como gerador.

Quem aposta nos híbridos em série mundo afora é a Nissan, com a linha e-Power. A General Motors classificava o Chevrolet Volt assim, mas ele usava o motor a combustão para ajudar a tracionar acima de 112 km/h.

Os sistemas híbridos em série são mais antigos que parecem, as locomotivas diesel-elétricas funcionavam dessa maneira. O novo ônibus de dois andares que roda em Londres também trabalha dessa forma.

Híbrido série-paralelo, ou pleno (HEV) — o mais tradicional

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Esse é um dos mais eficientes e usado popularmente pela Toyota (Foto: Toyota | Divulgação)

O primeiro carro híbrido de produção seriada — e mais bem sucedido — é o Toyota Prius. A montadora japonesa é a que mais aposta na eletrificação e usa como base o sistema séries-paralelo.

Ele combina combina os dois tipos de motores com a maior eficiência possível. O carro pode ser tracionado por apenas um, por ambos ou usar o motor a combustão para gerar energia para as baterias.

O funcionamento pode variar conforme o carro. Em geral, o motor elétrico é priorizado em situações urbanas, o motor a combustão é priorizado em rodovias e ambos trabalham juntos quando é exigido mais desempenho.

Esse tipo de híbrido ainda precisa de um câmbio. O mais comum é o eCVT, que utiliza uma engrenagem planetária que simula as mudanças de relação através do motor elétrico. Mas também é possível ter um híbrido pleno com caixas de duplas embreagem, como é feito pelos veículos da Hyundai e Kia.

A Honda introduziu no mercado uma variante ainda mais eficiente dos híbridos série-paralelo com a tecnologia E:HEV. Ele usa o motor elétrico em baixas velocidades, em altas o propulsor a combustão entra em uma marcha direta. Isso reduz as perdas mecânicas geradas pelo câmbio.

Carros híbridos série-paralelo (HEV) à venda no Brasil:

  • CAOA Chery Tiggo 8 Pro Plug-In Hybrid
  • Ford Maverick Hybrid;
  • GWM Haval H6 HEV;
  • Honda Accord Advanced Hybrid;
  • Honda Civic E:HEV
  • Honda CR-V Advanced hybrid;
  • Hyundai Ioniq;
  • Hyundai Kona Hybrid;
  • Kia Niro;
  • Toda a linha Lexus;
  • Toyota Corolla Hybrid;
  • Toyota Corolla Cross HEV;
  • Toyota RAV4 Connect Hybrid.

Híbrido plug-in (PHEV)

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O diferencial no plug-in é poder rodar apenas como elétrico (Foto: Toyota | Divulgação)

Atualmente os carros elétricos são uma escolha melhor para rodar apenas na cidade, porém nem todos os motoristas podem se dar o luxo de ter dois veículos na garagem. É aí que entra o híbrido plug-in.

Essa tecnologia é a transição entre os híbridos e os 100% elétricos. Ele permite que o motorista rode por alguns quilômetros apenas na eletricidade, sem acionar o motor a combustão, podendo recarregar a bateria em uma tomada.

Nos outros híbridos a carga é feita apenas pela frenagem regenerativa ou usando o motor a combustão como gerador. Essa autonomia, mesmo sendo reduzida, costuma ser suficiente para os deslocamentos diários em uma cidade.

Quanto ao funcionamento em modo híbrido, o mais comum é que os carros trabalhem de forma similar aos sistemas série-paralelo ou apenas paralelos. Em alguns modelos o motor a combustão traciona um eixo enquanto o elétrico atua no outro, simulando assim uma tração integral.

Nos híbridos plug-in são usados motores elétricos mais potentes e baterias maiores. Isso aumenta o peso do veículo e resulta em um consumo de combustível pior que o de um híbrido tradicional. A vantagem é poder usar apenas na eletricidade e deixar o motor a explosão para viagens maiores.

Carros híbridos plug-in vendidos no Brasil

  • Audi Q5 TFSIe;
  • BMW 330e;
  • BMW 530e;
  • BMW X3 30e;
  • BMW X5 50e;
  • BYD Song Plus;
  • Ferrari SF90 Stradale;
  • Ferrari 296;
  • GWM Haval H6 PHEV;
  • GWM Haval H6 GT;
  • Jaguar F-Pace PHEV;
  • Jeep Compass 4XE;
  • Jeep Grand Cherokee 4XE;
  • Land Rover Defender 110 PHEV;
  • Land Rover Range Rover Velar;
  • Land Rover Range Rover Sport PHEV;
  • Mini Countryman Cooper SE PHEV;
  • Porsche Cayenne e-hybrid;
  • Porsche Panamera;
  • Toyota RAV4 Plug-In Hybrid;
  • Volvo XC60;
  • Volvo XC90.

Micro híbrido — que não é híbrido

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A Smart chamou o sistema star-stop dessa forma, mas não havia auxílio de motores elétricos (Foto: Smart | Divulgação)

Dentre as classificações de carros híbridos existe um que está mais para manobra de marketing, o micro híbrido. Esse nome foi usado em alguns veículos com o sistema start-stop.

Para quem não conhece, o star-stop é a tecnologia que desliga o motor quando o carro está parado e religa quando o motorista solta o freio. Ela foi criada para reduzir o consumo e as emissões na cidade, mas a economia é mínima e exige uma bateria de 12 volts específica que custa mais caro.

O único veículo a ser vendido no Brasil como micro híbrido foi o Smart Fortwo MHD. A tecnologia voltou em outros carro e está em linha até hoje, mas sendo chamada apenas de start-stop.

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